sábado, 7 de setembro de 2013

O QUE COMEMORAR NO 7 DE SETEMBRO?

Por Roberto Barroso Moura

Estando advogando há vários anos junto às associações de praças da polícia militar do Rio Grande do Norte, sendo testemunha de tantas situações difíceis enfrentadas pelo bravos homens e mulheres que integram as fileiras da Gloriosa, imagino o que se passa na mente dos policiais militares no dia 07 de setembro.

No tradicional desfile do 07 de setembro o Estado apresenta suas armas, seus soldados e sua glória. Mas que armas? Que soldados? Que glória?

Armas não existem mais, uma vez que não existe mínimas condições estruturais para que o policial exerça suas atribuições. Quando pensamos em armas, devemos imaginar toda a estrutura que deveria garantir ao policial condições seguras e mínimas de trabalho. Contudo, sabe-se que esta estrutura inexiste.

Quanto aos soldados, também estão desaparecendo. Isto porque o Estado teima em calá-los impedem de expressar suas opiniões como em caso recente, extremamente conhecido por todos, no qual um coronel afrontou em rede social o direito de expressão de um tenente. Os policiais militares, diariamente são impedidos de expressarem suas revoltas contra o militarismo arcaico, cheio de oficialidades que tenta a cada dia roubar-lhes a condição humana, sendo obrigados a laborar em regime de guerra totalmente não condizente com a realidade dos tempos atuais.

Por fim, lembro a frase que ouvi pouco dias atrás em meu escritório, oportunidade em que certo soldado, com  mais de 25 anos de farda questionava sobre nunca ter sido promovido, mesmo tendo implementado todas as condições para tanto: "Doutor, onde está a glória de se trabalhar tantos anos sem qualquer promoção ou reconhecimento do Estado?"  

A esta pergunta e a tantas outras que escuto diariamente não há respostas... a única afirmação que posso fazer é que, a cada dia, atendo um herói anônimo que enfrenta não apenas o bandido, mas o próprio Estado, em favor da independência de cada cidadão de bem deste mesmo Estado.

Aos militares, parabéns, pois são bravos guerreiros de uma guerra injusta.

Roberto Barroso Moura é Advogado membro da Assessoria Jurídica da Associação de Praças de Mossoró e Região - APRAM

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