Por Roberto
Barroso Moura.
Estando
advogando há vários anos junto às associações de praças da polícia militar do
Rio Grande do Norte, sendo testemunha de tantas situações difíceis enfrentadas
pelo bravos homens e mulheres que integram as fileiras da Gloriosa, imagino o
que se passa na mente dos policiais militares no dia 07 de setembro.
No
tradicional desfile do 07 de setembro o Estado apresenta suas armas, seus soldados
e sua glória. Mas que armas? Que soldados? Que glória?
Armas
não existem mais, uma vez que não existe mínimas condições estruturais para que
o policial exerça suas atribuições. Quando pensamos em armas, devemos imaginar
toda a estrutura que deveria garantir ao policial condições seguras e mínimas
de trabalho. Contudo, sabe-se que esta estrutura inexiste.
Quanto
aos soldados, também estão desaparecendo. Isto porque o Estado teima em
calá-los impedem de expressar suas opiniões como em caso recente, extremamente
conhecido por todos, no qual um coronel afrontou em rede social o direito de
expressão de um tenente. Os policiais militares, diariamente são impedidos de
expressarem suas revoltas contra o militarismo arcaico, cheio de oficialidades
que tenta a cada dia roubar-lhes a condição humana, sendo obrigados a laborar
em regime de guerra totalmente não condizente com a realidade dos tempos atuais.
Por
fim, lembro a frase que ouvi pouco dias atrás em meu escritório,
oportunidade em que certo soldado, com mais de 25 anos de farda
questionava sobre nunca ter sido promovido, mesmo tendo implementado todas as
condições para tanto: "Doutor, onde está a glória de se trabalhar tantos
anos sem qualquer promoção ou reconhecimento do Estado?"
A
esta pergunta e a tantas outras que escuto diariamente não há respostas... a
única afirmação que posso fazer é que, a cada dia, atendo um herói anônimo que
enfrenta não apenas o bandido, mas o próprio Estado, em favor da independência
de cada cidadão de bem deste mesmo Estado.
Aos
militares, parabéns, pois são bravos guerreiros de uma guerra injusta.
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