Advogados de defesa do caso do
economista Roberto Monte, único civil a responder processo na Justiça Militar
no pós-ditadura por crime de opinião, os advogados Marcelo Santa Cruz e
Frederico Barbosa provocaram, através de ofício, a Ordem dos Advogados de Pernambuco
a se posicionar pela extinção do judiciário militar. Assim como ocorreu em
outros países, eles sustentam, o segmento não se justifica em tempos de paz.
Querem, portanto, que a OAB encampe a bandeira nacionalmente através do
Conselho Federal.
Em resposta, o presidente da
OAB-PE, Pedro Henrique Reynaldo Alves, disse que terá uma posição em 15 dias.
Como primeira medida, encaminhou a pauta para a comissão de
constitucionalidade, para que analise à luz do direito a "legalidade"
da extinção da Justiça Militar. "É preciso antes saber se
constitucionalmente a missão da Justiça Militar está justificada em tempos de
paz. Caso não, vamos levar a pauta ao Conselho Federal", garantiu.
Marcelo Santa Cruz afirmou que esta é uma questão
nacional. "É um entulho da ditadura e um debate que vem se
arrastando." Frederico criticou a "conveniência" em se manter
tal Justiça. "São ministros militares que com algumas exceções não têm
formação jurídica. Serve, na prática, como cabide de emprego." O assunto
também está na pauta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por incentivo do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.
Fonte:
Jornal do Commercio via ABM
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