domingo, 19 de fevereiro de 2012

APRAM REPUDIA TRATAMENTO DADO ÀS LIDERANÇAS DAS MOBILIZAÇÕES DA PM DA BAHIA E DO RJ


A APRAM, à semelhança de inúmeras outras entidades de classe, repudia a forma como os policiais e bombeiros militares da Bahia e do Rio de Janeiro estão sendo tratados diante das suas justas reinvindicações. A seguir divulgamos texto do presidente da ASSPMBMRN que traduz bem o sentimento de milhares de policiais e bombeiros militares de nosso país:



De 1964 a 1985 os governos usavam a força e o poder para reprimir todos aqueles que reivindicavam direitos individuais e coletivos. Coincidência ou não aqueles que outrora eram reprimidos, hoje estão no poder utilizando as mesmas práticas que condenaram no passado (reprimir e marginalizar trabalhador). Outra coincidência é que a presidente Dilma, bem como Jaques Wagner governador da Bahia fincaram suas bases nos movimentos sociais e sindicais, principalmente os movimentos de trabalhadores, eles participavam e apoiavam as mobilizações independentes dos meios utilizados para alcançar os fins, “pois naquela época era justo”.  Temos relatos de que a turma que hoje está no poder outrora seqüestrou diplomatas e assaltou bancos para financiar as mobilizações.  
Pois bem, estamos no ano de 2012 em pleno regime democrático de direito, entretanto, observamos que o tratamento dado aos trabalhadores da segurança pública, em especial os policias e bombeiros militares, é o mesmo tratamento dado aos piores bandidos que conhecemos no Brasil.
Faço minhas as palavras do Cabo Júlio vereador em Belo horizonte/MG “policial bandido não faz greve. Policial bandido se alia ao jogo do bicho, a grupos de extermínios, a extorsões...”. Quem faz greve é o policial correto que pensa e quer uma segurança pública de qualidade, pois a nossa luta por valorização profissional não é uma luta apenas corporativa como muitos pensam, mas é uma luta em defesa, principalmente, do cidadão e da cidadã que exige todos os dias uma segurança pública adequada.
Mas infelizmente os profissionais que defendem a sociedade mesmo com o risco da própria vida estão sendo tratados como bandidos pelo simples fato de reivindicar direitos, isso é inaceitável.
A sociedade precisa e deve saber que dentro dos quartéis impera um regime de exceção que priva os PMs e BMs de exercerem a cidadania plena. As leis e regulamentos todos anteriores a Constituição Federal favorecem o assédio moral e funcionam para legitimar as arbitrariedades e os abusos cometidos pelos superiores em nome da hierarquia e da disciplina. Os PMs e BMs não tem direito a uma carga horária definida, pois são submetidos a 240 horas mensais fora as escalas extras, enquanto os demais trabalhadores tem 160 horas mensais com a possibilidade de reduzir para 144 horas. Os PMs e BMs (praças) não tem direito a ascensão profissional, chegando ao absurdo de um praça depois de 30 anos dedicados a segurança da sociedade ir para reserva como Soldado.  Os PMs e BMs não tem direito a FGTS, a adicional noturno, a hora extra. Os PMs e BMs não direito ao lazer, pois nas datas festivas como Natal, Ano Novo, Carnaval, São João, Semana Santa dentre outras todos são escalados para trabalhar. Portanto, esse é o contexto que está submetido o profissional que tem a missão de defender o direito da sociedade. Vejam que é no mínimo contraditório um defender o direito do outro quando os seus direitos não são garantidos e respeitados. Esse é o crime que o Cabo Jeoás e milhares de PMs e BMs que compõe as corporações cometem: REIVINDICAR DIREITOS.
Portanto, repudiamos com veemência a violência praticada contra o presidente da ACSPM/RN e Vice-Presidente da ANASPRA. Pois a prisão do Cabo Jeoás significa uma agressão violenta a todos os policiais militares e bombeiros militares do Brasil que reivindicam valorização profissional. Tenho certeza que as acusações atribuídas ao Cabo Jeoás não passam de uma tentativa irresponsável, leviana e mesquinha daqueles que ao invés de chamar para negociar através do diálogo preferem REPRIMIR e MARGINALIZAR os movimentos reivindicatórios dos trabalhadores da segurança pública.
Defendemos segurança para o CIDADÃO, mas exigimos CIDADANIA para o policial e bombeiro militar.

ELIABE MARQUES – 1º Sargento PM
Presidente da ASSPMBM/RN
    

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