A APRAM, à semelhança de inúmeras outras
entidades de classe, repudia a forma como os policiais e bombeiros militares da
Bahia e do Rio de Janeiro estão sendo tratados diante das suas justas
reinvindicações. A seguir divulgamos texto do presidente da ASSPMBMRN que
traduz bem o sentimento de milhares de policiais e bombeiros militares de nosso
país:
De 1964
a 1985 os governos usavam a força e o poder para reprimir todos aqueles que
reivindicavam direitos individuais e coletivos. Coincidência ou não aqueles que
outrora eram reprimidos, hoje estão no poder utilizando as mesmas práticas que
condenaram no passado (reprimir e marginalizar trabalhador). Outra
coincidência é que a presidente Dilma, bem como Jaques Wagner governador da
Bahia fincaram suas bases nos movimentos sociais e sindicais, principalmente os
movimentos de trabalhadores, eles participavam e apoiavam as mobilizações
independentes dos meios utilizados para alcançar os fins, “pois naquela época era
justo”. Temos relatos de que a turma que
hoje está no poder outrora seqüestrou diplomatas e assaltou bancos para
financiar as mobilizações.
Pois
bem, estamos no ano de 2012 em pleno regime democrático de direito, entretanto,
observamos que o tratamento dado aos trabalhadores da segurança pública, em
especial os policias e bombeiros militares, é o mesmo tratamento dado aos
piores bandidos que conhecemos no Brasil.
Faço
minhas as palavras do Cabo Júlio vereador em Belo horizonte/MG “policial
bandido não faz greve. Policial bandido se alia ao jogo do bicho, a grupos de
extermínios, a extorsões...”. Quem faz greve é o policial correto que pensa e quer uma segurança pública de
qualidade, pois a nossa luta por valorização profissional não é uma luta apenas
corporativa como muitos pensam, mas é uma luta em defesa, principalmente, do
cidadão e da cidadã que exige todos os dias uma segurança pública adequada.
Mas
infelizmente os profissionais que defendem a sociedade mesmo com o risco da
própria vida estão sendo tratados como bandidos pelo simples fato de
reivindicar direitos, isso é inaceitável.
A
sociedade precisa e deve saber que dentro dos quartéis impera um regime de
exceção que priva os PMs e BMs de exercerem a cidadania plena. As leis e
regulamentos todos anteriores a Constituição Federal favorecem o assédio moral
e funcionam para legitimar as arbitrariedades e os abusos cometidos pelos
superiores em nome da hierarquia e da disciplina. Os PMs e BMs não tem direito
a uma carga horária definida, pois são submetidos a 240 horas mensais fora as
escalas extras, enquanto os demais trabalhadores tem 160 horas mensais com a
possibilidade de reduzir para 144 horas. Os PMs e BMs (praças) não tem direito
a ascensão profissional, chegando ao absurdo de um praça depois de 30 anos
dedicados a segurança da sociedade ir para reserva como Soldado. Os PMs e BMs não tem direito a FGTS, a
adicional noturno, a hora extra. Os PMs e BMs não direito ao lazer, pois nas
datas festivas como Natal, Ano Novo, Carnaval, São João, Semana Santa dentre
outras todos são escalados para trabalhar. Portanto, esse é o contexto que está
submetido o profissional que tem a missão de defender o direito da sociedade.
Vejam que é no mínimo contraditório um defender o direito do outro quando os
seus direitos não são garantidos e respeitados. Esse é o crime que o Cabo Jeoás
e milhares de PMs e BMs que compõe as corporações cometem: REIVINDICAR DIREITOS.
Portanto,
repudiamos com veemência a violência praticada contra o presidente da ACSPM/RN
e Vice-Presidente da ANASPRA. Pois a prisão do Cabo Jeoás significa uma
agressão violenta a todos os policiais militares e bombeiros militares do
Brasil que reivindicam valorização profissional. Tenho certeza que as acusações
atribuídas ao Cabo Jeoás não passam de uma tentativa irresponsável, leviana e mesquinha
daqueles que ao invés de chamar para negociar através do diálogo preferem REPRIMIR e MARGINALIZAR os movimentos reivindicatórios dos trabalhadores da
segurança pública.
Defendemos
segurança para o CIDADÃO, mas exigimos CIDADANIA para o policial e bombeiro
militar.
ELIABE
MARQUES – 1º Sargento PM
Presidente
da ASSPMBM/RN
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