segunda-feira, 25 de junho de 2012

SEGURANÇA PÚBLICA: QUESTÃO DE ESTADO

Nós como profissionais da área de segurança e que procuramos estar em constante aperfeiçoamento (e não poderia ser diferente) para um melhor entendimento do fenômeno da violência, não podemos jamais deixar de emitirmos nossas opiniões de preferência, lógico, que sejam abalizadas e factíveis para melhor esclarecer a população. Também como cidadãos estamos apreensivos com a acessão da sensação de insegurança, por consequência das ações criminosas no nosso município e do país de uma forma em geral.

Tais estatísticas claramente enrijecem sobremaneira a escalada da violência e que para nós policiais é muito mais doloroso pelo fato de nos sentirmos com um misto de impotência e sentimento de culpa. Porém, quando estudamos e incursionamos no âmago da questão, principalmente esmiuçando compêndios de renomados estudiosos da área, verificamos que segurança pública é mais do que nunca uma questão de ESTADO, divergindo de diferenças políticas, e isto faz com que nós profissionais da área sejamos parte dos problemas e também das soluções,  mas não o cerne principal

Como bem afirmou o mestre antropólogo LUIZ EDUARDO SOARES (ex-secretário nacional de segurança pública (2003) e coordenador de segurança, justiça e cidadania do Rio de Janeiro 1999/2000) em sua notável obra científica SEGURANÇA TEM SAÍDA  mencionando que: “Segurança é uma Questão de Estado e deve estar acima das diferenças políticas. Precisamos de um pacto por uma reforma institucional profunda. Ou haverá segurança para todos, ou ninguém estará seguro”.

Nunca tivemos na história de nosso país uma segurança realmente eficiente, eficaz e efetiva. Conchavos eleitorais e intentos políticos sempre permearam as decisões no âmbito das políticas de segurança pública. O cidadão mais carente, humilde e a grande parcela da população que também é excluída do veraz esclarecimento acerca dos fatos realmente são os maiores prejudicados, até por uma comodidade direcionada dos governos. A partir do momento em que o investimento maciço na área de segurança remete a um retorno político-eleitoral em longo prazo, é muito mais fácil a adequação à políticas populistas efêmeras, que inebria facilmente as camadas mais carentes da sociedade. 

Notemos que se a segurança permanecer nesta estagnação e enquanto não se descortinar e extirpar efetivamente este descalabro, nada tão cedo mudará, aliás, a tendência é piorar. Nossa função é continuar trabalhando e servindo a sociedade porque realmente é ela quem paga nossos salários, mas acima de tudo, quando pudermos, também alertá-la. Contudo, sabemos que segurança é antes de tudo um DIREITO, mas também é um dever de todos, e que principalmente, nunca se esqueçam, é uma QUESTÃO DE ESTADO.


Luiz Flávio Rabelo Fernandes - Capitão da PMRN

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