Nós como
profissionais da área de segurança e que procuramos estar em constante
aperfeiçoamento (e não poderia ser diferente) para um melhor entendimento do
fenômeno da violência, não podemos jamais deixar de emitirmos nossas opiniões
de preferência, lógico, que sejam abalizadas e factíveis para melhor esclarecer
a população. Também como cidadãos estamos apreensivos com a acessão da sensação
de insegurança, por consequência das ações criminosas no nosso município e do
país de uma forma em geral.
Tais estatísticas claramente enrijecem sobremaneira
a escalada da violência e que para nós
policiais é muito mais doloroso pelo fato de nos sentirmos com um misto de
impotência e sentimento de culpa. Porém, quando estudamos e incursionamos no
âmago da questão, principalmente esmiuçando compêndios de renomados estudiosos da área, verificamos
que segurança pública é mais do que nunca uma questão de ESTADO, divergindo
de diferenças políticas, e isto faz com que nós profissionais da área sejamos
parte dos problemas e também das soluções, mas não o cerne principal.
Como bem
afirmou o mestre antropólogo LUIZ EDUARDO SOARES (ex-secretário nacional de
segurança pública (2003) e coordenador de segurança, justiça e cidadania do
Rio de Janeiro 1999/2000) em sua notável obra científica SEGURANÇA TEM
SAÍDA mencionando que: “Segurança é uma Questão
de Estado e deve estar acima das diferenças
políticas. Precisamos de um pacto por uma reforma institucional profunda. Ou
haverá segurança para todos, ou ninguém estará seguro”.
Nunca tivemos na
história de nosso país uma segurança realmente eficiente, eficaz e efetiva.
Conchavos eleitorais e intentos políticos sempre permearam as decisões no âmbito das políticas de segurança
pública. O cidadão mais carente, humilde e a grande parcela da população que
também é excluída do veraz esclarecimento acerca dos fatos realmente são os
maiores prejudicados, até por uma comodidade direcionada dos governos. A partir
do momento em que o investimento maciço na área de segurança remete a um
retorno político-eleitoral em longo prazo, é muito mais fácil a adequação à
políticas populistas efêmeras, que inebria
facilmente as camadas mais carentes da sociedade.
Notemos que se a segurança permanecer nesta estagnação e enquanto não se
descortinar e extirpar efetivamente este descalabro, nada tão cedo mudará,
aliás, a tendência é piorar. Nossa função é continuar trabalhando e servindo a
sociedade porque realmente é ela quem paga nossos salários, mas acima de tudo, quando pudermos, também alertá-la. Contudo,
sabemos que segurança é antes de tudo um DIREITO, mas também é um dever de todos, e que principalmente, nunca se esqueçam, é uma QUESTÃO DE ESTADO.
Luiz Flávio Rabelo Fernandes - Capitão da PMRN
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