Após o término do pleito eleitoral de 2012, vale a pena fazer um
balanço para analisar como fica a situação representativa dos policiais
brasileiros nas câmaras de vereadores, uma via de afirmação do discurso
policial na política e de articulação das bases para futuros pleitos
eleitorais, principalmente o que ocorrerá em 2014, quando serão eleitos
deputados estaduais e federais em todo o país – as duas instâncias em
que se situam os profissionais de segurança pública, com exceção dos
guardas municipais.
Dois grandes estados brasileiros tiveram uma atenção especial do
público policial em relação à representatividade política, Bahia e São
Paulo:
São Paulo
No maior estado do país, os policiais elegeram o Tenente Coronel
Telhada e o ex-capitão e ex-deputado Conte Lopes, ambos ligados à
história das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Há quem considere ambos
como propositores de uma “bancada da bala” na câmara de vereadores de São Paulo, em virtude do discurso que sustentam em relação ao tratamento dado a infratores da lei. O ex-comandante Geral da PMESP, coronel Camilo, também teve uma boa
votação, quase 27.000 votos, o que lhe garantiu a vaga de primeiro
suplente.
Bahia
Na Bahia, a última greve foi fator decisivo na eleição de pelo menos
quatro policiais: o Soldado Prisco (quarto mais votado na capital
baiana), o Sargento Vinícius, em Santo Antônio de Jesus, o Soldado
Gilvan, em Jequié e a soldado Valéria Moraes, em Itabuna, a mais votada
do município. As eleições desses representantes, todos eles lideranças
da greve, podem ter papel fundamental na chapa que se desenha para o
pleito de 2014, em que se especula que o Soldado Prisco e o atual
deputado estadual Capitão Tadeu farão uma dobradinha na candidatura para
Deputado Estadual e Deputado Federal, respectivamente.
Em Feira de Santana, entretanto, os policiais não conseguiram eleger
representante – pelo menos entre aqueles que sustentam discursos
classistas. Com duas candidaturas, o Sargento Joel e o Soldado Josafá
teriam sido eleitos, caso um dos dois transferisse seus votos ao colega.
Ceará
O líder da última greve da Polícia Militar do Ceará, Capitão Wágner,
foi o vereador mais votado de Fortaleza, com mais de 40 mil votos.
Piauí
Os policiais piauienses elegeram dois representantes: o Major Paulo Roberto e o Coronel Edvaldo Marques.
Rondônia
O Cabo Anjos, da Polícia Militar de Rondônia, foi eleito vereador de Porto Velho.
Tocantins
O Major Negreiros foi o candidato escolhido pelos policiais do Tocantins. O oficial foi eleito vereador de Palmas.
Minas Gerais
Em Minas, o Coronel Piccinini foi eleito vereador por Belo Horizonte.
Santa Catarina
Em Florianópolis, o Coronel Paixão foi eleito vereador.
Rio Grande do Sul
O Delegado Cleiton foi o policial eleito vereador em Porto Alegre.
Rio Grande do Norte
O Soldado Jadson foi eleito vereador em Mossoró, segunda cidade do estado. O Sub-Tenente Clementino em Serrinha dos Pintos, Sargento Dantas em Macau, Sargento RR Ferreira em Tibau e o Soldado José Ribamar em Ipueira também garantiram vaga no legislativo municipal.
Sergipe
Em Aracaju, o Sargento Vieira, tradicional liderança das causas policiais, não conseguiu ser eleito, mas é primeiro suplente.
Rio de Janeiro
Embora tenha passado por movimentos reivindicatórios recentemente, a
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro não elegeu nenhum
representante. Já o Corpo de Bombeiros elegeu o Major Márcio Garcia, com
mais de 13 mil votos.
Fonte: Abordagem Policial
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