segunda-feira, 8 de julho de 2013

AS INVERDADES PROPAGADAS PELO ESTADO E OS INVESTIMENTOS EM SEGURANÇA PÚBLICA NO RN

Por Ivênio Hermes*
O Estado Elefante continua minguando sem investimentos e, como foi visto, não é por falta de recursos e sim devido à má gestão administrativa e o emprego sem planejamento do dinheiro público.
Antes de continuarmos esse estudo precisamos alertar os leitores que o Governo do RN parece querer utilizar a mídia comum para divulgar informações inverossímeis que tentam justificar suas inações em segurança pública.

Outro dia foi veiculado em uma matéria de um jornal de grande circulação no Rio Grande do Norte, informações que parecem ter levado aquele veículo e seu repórter a cometer erros.

Assim fazemos uma ligeira pausa para que haja melhor entendimento de como a verdade pode ser manipulada para induzir o leitor a cometer erros de julgamento e percepção da realidade através de uma pauta equivocada.

Força Nacional

Na pauta equivocada havia a afirmação de que será utilizada a Força Nacional durante a Copa de 2014, algo que não é novo e já foi mencionada em artigos anteriores publicados por mim e diversos outros analistas de segurança pública. Essa Força Nacional que já age pretendendo ser a grande solução para os problemas do país é fartamente usada para cobrir as lacunas deixadas pelos Estados em termos de efetivo, sendo uma potencial consumidora de diárias operacionais que no Estado do Rio Grande do Norte somente são pagas aos policiais locais mediante pressões de todos os tipos.

Os Policiais Militares do RN serão novamente colocados à deriva dos investimentos por causa de uma entidade que não existe na Constituição Federal e que já age como soberana, desfilando em viaturas sem placas, aliás, um péssimo exemplo, e ostentando armamento e insígnias de operações especiais conquistadas num curso de 10 dias, enquanto os cursos de operações especiais duram bem mais que isso.

Polícia Militar

A existência de 750 a 800 policiais no serviço administrativo já consiste num desserviço à segurança pública (Isso sem falar na quantidade de PMs que estão em desvio de função por todo o Rio Grande do Norte), e se estão nesse desvio de função legitimada é devido à falta de planejamento de um governo que está há quase três anos sem promover ações concretas.

“Querer contar” com os 824 concursados é meio de indução à equívoco, haja vista que o Governo do RN nada fez para trazer esses homens para a Polícia Militar, pelo contrário, jogou nas mãos do judiciário essa responsabilidade para poder postergar o máximo possível suas contratações.

O Governo do RN não convocou os PMs e evitará até o último minuto essa convocação, imputando a culpa ao judiciário e depois dizendo que não possui tempo hábil para promover outro certame, pois aguardava essa decisão judicial.

A proposta para convocar os 824 suplentes para suprir o déficit não é do Governo do RN, nem da SESED e nem tampouco da Polícia Militar, como o texto da reportagem leva a crer, a proposta vem de inúmeras ações individuais e em conjunto, assinaturas colhidas nas ruas, manifestações e pressão afins realizadas pelos próprios suplentes. Do Governo do RN, inclusive, somente se tem notícias de recursos contra os policiais.

Observem que se num universo de 3 mil novos policiais que apresenta ser a necessidade atual, se o Governo do RN surgir com a metade, poderá se posicionar falaciosamente como herói em conquistas para a segurança pública. 

* Ivênio Hermes é Escritor Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública, Consultor de Segurança Pública da OAB/RN Mossoró, Conselheiro Editorial e Colunista da Carta Potiguar, Colaborador e Associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Pesquisador nas áreas de Criminologia, Direitos Humanos, Direito e Ensino Policial e Ganhador de prêmio literário Tancredo Neves.

Fonte: Retrato do Oeste (defato.com)



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