Por Portal BO - Ainda
há muito que fazer para termos uma polícia devidamente pronta, equipada,
valorizada e, principalmente, respeitada como deveria. As feridas sangrentas e
expostas claramente para todo mundo ver não mostram apenas a falta de
importância dada pelo Executivo à categoria, mas o desejo quase que
incontrolável dos governos em saborear o amargo do caos como se fosse bom. Além
de tudo, perpetuaram na polícia um eterno paradoxo: ela é lembrada nas ameaças
e conflitos e esquecida antes e depois disso.
Ainda
hoje, nesses tempos de desconforto social, de fogo em ônibus, de menores
adolescentes cuspindo na lei e algumas manifestações movidas a violência e
intolerância, alguns sentem saudades do famigerado e velho regime, do silêncio
maldito, do bastão impiedoso que transformou a polícia da época de chumbo no
carrasco do povo.
O
tempo passou e mesmo indignados com o que se noticia hoje, poucos permaneceram
na empoeirada ideia de que lutar pela ordem e pela justiça é só assassinar o
direito do outro, e fazer vista grossa para as verdadeiras razões do
descontrole social. O pensamento dos que compõem as fileiras da PM mudou e
estabeleceu de fato uma nova ordem movida pela democracia e pela luta
organizada por valores legítimos.
Em
três anos, os policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte
conseguiram mudar a cara da instituição, injetaram uma dose de esperança,
fortaleceram opiniões, bateram de frente com quem só oferecia as portas
fechadas. A luta pela lei de promoção, subsídios e melhorias estruturais
mobilizou a corporação aos poucos, a cada assembleia, acampamentos, reuniões
frustradas com o governo, vivenciando momentos de tensão, de agonia, mas nunca
de silêncio, nem de medo.
As
lideranças do movimento que deu nova roupagem a armadura do soldado nunca se
mostraram quietas, reuniram, discutiram e deliberaram. Em muitos desses
encontros eu estive presente cumprindo o meu dever de reportar as informações e
posso atestar que as conquistas que vieram só foram possíveis por causa de um
sentimento nobre e peculiar a esses guerreiros, a coragem.
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