Por Abordagem
Policial via Jornal O Dia - Boas notícias vindas da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro (PMERJ): está prestes a ser finalizado o novo estatuto
da Corporação, que possibilitará que praças ingressem no oficialato podendo
chegar ao posto de Coronel.
Por enquanto a medida ainda não foi
detalhada, mas já está sendo comemorada na Corporação. Obviamente, será
preciso ajustar a transição e a organização das promoções e seus critérios. Mas
trata-se de uma medida inovadora que pode influenciar polícias em todo o
Brasil.Confira matéria do Jornal O DIA sobre o assunto:
“É como fazer uma revolução sem usar armas.
Reivindicação antiga entre especialistas em segurança pública, a possibilidade
de que praças e soldados cheguem a oficiais na Polícia Militar do Rio de
Janeiro vai se transformar em realidade este ano.
A medida, na fase final de elaboração pelo
Estado-Maior da corporação, permitirá, por exemplo, que um soldado, caso estude
e se especialize durante sua carreira, chegue a coronel e até a
comandante-geral da PM. Hoje, o máximo a que se pode chegar, quando se entra
como aspirante, é a sargento ou oficial de segunda linha.
“A carreira fica mais atrativa e a polícia
aproveitará seus melhores quadros”, disse o chefe do Estado-Maior, coronel
Robson Rodrigues — que se tivesse entrado na PM como praça, não teria chance de
chegar ao cargo que ocupa. “Teremos apenas um concurso, uma única entrada, ao
contrário de hoje, em que existem dois separando praças e oficiais.”
Pelo novo estatuto, que precisa ser aprovado pela
ALERJ, todos terão de passar pela mesma porta de entrada. Aprovados, fazem um
curso básico de 27 semanas. Depois, podem optar pelo curso de oficial. “Será um
curso de tecnólogo feito no Ensino à Distância (EAD), reconhecido pelo
Ministério da Educação e com provas presenciais, coisa que hoje não acontece
com quem se forma oficial”, continua Robson. “O policial terá mais atrativos,
terá de se especializar e ganhará mais conhecimento.”
Segundo o policial, o concurso para oficial da
PM, que aconteceria este ano, já foi suspenso para se adaptar às novas regras.
Diretora do Centro de Estudos de Segurança e
Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, a doutora em Ciência Social
Sílvia Ramos classificou a medida como “revolucionária.” Para ela, a
reformulação na estrutura da Polícia Militar do Rio mudará os parâmetros de
segurança pública do país, e tende a se espalhar por todos os estados.
“É uma reivindicação antiga. Hoje, temos duas
polícias dentro da PM: a dos oficiais e a dos praças”, afirma. “É muito
importante que isso comece pela polícia do Rio, até pelo simbolismo.”
Ela usa o exemplo da carreira policial nos Estados Unidos para defender a medida, e lembra que o mesmo acontece na Inglaterra. “Nos EUA, o chefe de polícia, um dia, dirigiu o carro como praça. Isso é fundamental para tornar a carreira atrativa e evitar esta separação atual, em que um jovem aspirante a tenente nunca dialogou com o soldado em sua formação. Este é um modelo que só existe no Brasil.”
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